'A minha solidão é tão hedionda quanto a dos outros' – A (im)possibilidade de dar corpo ao passado na novela de Patrícia Reis / 'My loneliness is just as hideous as that of others' – The (im)possibility of embodying the past in Patrícia Reis’s novel

Autor: Carlos Roberto dos Santos Menezes
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Revista do Centro de Estudos Portugueses. 41:103
ISSN: 2359-0076
1676-515X
DOI: 10.17851/2359-0076.41.65.103-125
Popis: Resumo: Partindo da tentativa de decifração do título atribuído à novela de Patrícia Reis – O que nos separa dos outros por um copo de whisky (2014) –, buscaremos compreender os motivos pelos quais um professor universitário se encontra em Macau, a beber desenfreadamente – fato implícito a uma narrativa ininterrupta em forma de monólogo. Com o intuito de preencher o vazio da existência, na esperança de ser salvo, tal personagem busca recuperar imagens fantasmáticas de seu passado por meio de vestígios memorialísticos que se sobrepõem nas malhas textuais. Como aparato teórico na busca por decifrar o enigma acerca do que separa o narrador-personagem dos outros, outras vozes se unirão à nossa. Ao mencionar questões em torno da morte da memória, das artimanhas da ironia e do humor, convocaremos as reflexões críticas de Lélia Parreira Duarte, em seu livro Ironia e humor na literatura (2006), e a questão do “salto no vazio” será trazida pelas mãos de Vladimir Safatle, através de O circuito dos afetos: corpos políticos, desamparo e o fim do indivíduo (2018).Palavras-chave: O que nos separa dos outros por um copo de whisky; Patrícia Reis; memória; ironia; morte. Abstract: Starting from the attempt to decipher the title attributed to Patrícia Reis’s novel – O que nos separa dos outros por um copo de whisky (2014) –, we will try to understand the reasons why a university professor is in Macau, drinking wildly – implicit fact to an uninterrupted narrative in the form of a monologue. In order to fill the emptiness of existence, in the hope of being saved, such a character seeks to recover ghostly images of his past through memorialistic traces that overlap in textual meshes. As a theoretical apparatus in the quest to decipher the enigma about what separates the narrator-character from others, other voices will join ours. When mentioning issues surrounding the death of memory, the antics of irony and humor, we will call on the critical reflections of Lélia Parreira Duarte, in her book Ironia e humor na literatura (2006), and the question of “jumping into the void” will be brought up through the hands of Vladimir Safatle, through O circuito dos afetos: corpos políticos, desamparo e o fim do indivíduo (2018).Keywords: O que nos separa dos outros por um copo de whisky; Patrícia Reis; memory; irony; death.
Databáze: OpenAIRE