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A presente obra tão necessária na atualidade, mas ao mesmo tempo com temática muitas vezes ignorada em esferas sociais, torna essa empreitada singular. Essa bela obra organizada por Rubens Lacerda de Sá reúne trabalhos imprescindíveis para uma reflexão agentiva sobre a questão migratória, objetivando a compreensão de que, independentemente da causa dos deslocamentos, as pessoas que deixam suas raízes necessitam de todo tipo de assistência que lhes garanta o direito de ser-humanos. Apesar de tratar especificadamente dos refugiados, a personificação de nossos medos em pessoas que, mesmo pertencentes a outros lugares e culturas, como qualquer migrante, nos lembram que nosso futuro pode estar igualmente fadado ao fracasso e à invisibilidade. Sendo assim, é impossível não refletir sobre a capa do livro, carregada de significados que denunciam sujeitos sem rosto, que transitam por caminhos de tristeza, solidão e sofrimento. A escuridão, as mãos nos bolsos, os becos escuros e fechados simbolizam o desespero de não enxergar alternativas, a dúvida e a falta de oportunidades. A capa é uma denúncia que reflete o conteúdo da obra, que tem por objetivo nos fazer refletir em como podemos decolonizar essa visão do migrante no imaginário social. imaginário social. |
