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A oferta de práticas corporais integrativas foi institucionalizada no Sistema Único de Saúde brasileiro pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, num contexto de disputas e de necessária mudança dos modos de se compreender e agir em saúde. Este artigo objetivou analisar os sentidos/significados de saúde atribuídos por usuárias de práticas corporais integrativas na Atenção Primária de Florianópolis-SC, Brasil. Os dados foram produzidos por meio de entrevista semiestruturada feita com as 15 praticantes mais antigas de 3 grupos (1 de yoga, 1 de lian gong, 1 de danças circulares). A análise de conteúdo das falas permitiu categorizá-las a partir da associação da saúde a aspectos subjetivos, bem como ao viés comportamental da prática de exercícios e alimentação. Considerando a frequência de respostas, o artigo discute o reposicionamento da subjetividade, silenciada e marginalizada na concepção hegemônica da saúde. Ao indicarem que saúde, doenças e reações físicas podem estar associadas e/ou ter origem subjetiva, as usuárias reconheceram uma relação indissociável entre mente-corpo-emoções com prevalência dos aspectos sutis aos do corpo físico. Os dados da pesquisa, portanto, tensionam pilares historicamente cristalizados no trato com os processos saúde-doença e convidam à reflexão sobre a valorização do componente subjetivo na atenção à saúde. |