Popis: |
O fibroma ossificante periférico é um crescimento gengival benigno relativamente comum de natureza reacional, correspondendo à evolução do granuloma piogênico. É uma das lesões não-neoplásicas mais freqüentes na gengiva, representando cerca de 9,6% dos exames submetidos à análise anátomo-patológica. Origina–se da membrana periostal/periodontal e a proliferação excessiva de tecido maduro representa uma resposta à irritação gengival causada por biofilme, cálculo subgengival, corpos estranhos no sulco gengival e restaurações mal adaptadas. Esta irritação crônica da membrana periostal/periodontal causaria metaplasia do tecido conjuntivo, resultando na calcificação distrófica com formação óssea. Acredita-se ainda que a maioria das lesões inicia-se como um granuloma piogênico, sofrendo maturação fibrosa e calcificação. O granuloma piogênico resulta de uma inflamação crônica desencadeada a partir de fatores locais, tais como placa ou cálculo dentais, e na mulher grávida, também é decorrente das alterações hormonais inerentes à gravidez. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de evolução de um granuloma piogênico para um fibroma ossificante periférico. A lesão, de aspecto irregular, de base pediculada, com consistência elástica e superfície exibindo impressões da mordida e coloração parcialmente avermelhada, foi diagnosticada nove meses após o parto, presente entre os elementos dentários 11 e 12, em paciente melanoderma de 25 anos de idade, com queixa estética e de crescimento e sangramento gengivais desde o sétimo mês da gestação, quando foi orientada por um cirurgião-dentista que a lesão regrediria espontaneamente após o término da gravidez. O protocolo adotado remete a um diagnóstico inicial de granuloma piogênico, contudo a lesão não regrediu. Realizou–se terapia periodontal básica e excisão cirúrgica subperiosteal da lesão sob anestesia local e a peça foi submetida ao exame anátomo–patológico, que permitiu o diagnóstico conclusivo de fibroma ossificante periférico. A paciente foi submetida ao tratamento protocolado e após dois anos de acompanhamento não se observou sinal de recidiva da lesão. |