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Os testes de toxicidade mais comumente utilizados são aqueles chamados de testes agudos, onde se normalmente analisa a mortalidade dos organismos teste e frequentemente oferecem algumas limitações, principalmente aquelas relacionados ao tempo de exposição dos organismos a substância química estudada. Nesse contexto, o objetivo desse trabalho foi padronizar um teste de toxicidade crônica de curta duração, utilizando o zinco, uma importante substância de referência, e usando para análise o parâmetro fecundidade de Mysidopsis juniae, uma espécie nativa, cultivável e reconhecidamente sensível. Para isso foi realizado foram realizados três testes do tipo estático, sem renovação e aeração, consistindo na exposição de misidáceos (10 dias de vida) em cinco concentrações de zinco (0,019; 0,038; 0,075; 0,15 e 0,30 mg.L-1.) durante 7 dias. Após a exposição, os organismos foram avaliados quanto ao sexo e a maturidade sexual. Verificou-se, ainda, a presença ou ausência de ovos no oviduto e no marsúpio das fêmeas com o auxílio do microscópio. Os resultados da exposição ao zinco na fecundidade de M. juniae não mostraram-se estatísiticamente diferentes do controle apesar da diminuição do número de fêmeas com ovos de acordo com o aumento das concentrações testadas. A avaliação desse parâmetro torna-se muitas vezes dificultada por fatores externos que podem introduzir um efeito não relacionado com a substância testada como, por exemplo, manuseio durante o experimento, que pode levar a um retardo na maturação sexual dos organismos testados ou ainda a avaliação desse parâmetro pode ser pouco robusto pela grande mortalidade dos indivíduos, já que após os vários dias de exposição sobram poucos sobreviventes para serem avaliados e, portanto, não permite uma determinação significativa dos efeitos da substância nos organismos teste. Sendo assim são necessários mais estudos que elucidem questões como a biologia e comportamento da espécie utilizada bem como de estudos com outras classes de substâncias químicas. |