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A infecção do trato urinário (ITU) é uma das principais causas de consulta médica, ficando atrás apenas das infecções respiratórias. O principal agente etiológico é a bactéria Escherichia coli, mas outras bactérias, como Klebsiella pneumoniae, Proteus spp., Enterobacter spp., também podem estar envolvidas. O ciprofloxacino, da classe das quinolonas, é a droga de escolha para tratar ITU. Possui alta capacidade de absorção, boa cobertura pelas bactérias gram-negativas e tem sua disponibilidade tanto oral quanto intravenosa. Entretanto, a resistência microbiana a essa classe de medicamentos tem sido crescente. O presente estudo objetivou identificar, através do banco de dados da CCIH do HC-UFPE, a prevalência de microrganismos resistentes a ciprofloxacino em pacientes com ITU. A pesquisa foi um estudo de corte transversal sobre dados de pacientes com ITU no período de janeiro a dezembro de 2019, com aprovação do CEP sob Número do CAAE 20644719.3.3001.8807. Os resultados demonstraram que, das 301 uroculturas positivas, 82 apresentaram resistência a ciprofloxacino. A bactéria mais prevalente foi E. coli. A maioria dos casos de infecção acometeu as mulheres, sendo encontradas 193 pacientes do sexo feminino, 104 homens e 4 recém-nascidos. Com relação à clínica, pacientes da nefrologia foram os que mais apresentaram ITU. A crescente resistência a ciprofloxacino pode limitar as opções terapêuticas eficazes para tratamento da ITU, e uma das causas é uso indiscriminado e abusivo dos antimicrobianos. Para minimizar esta situação, é necessário alertar e conscientizar a população para os perigos e riscos de utilizar antimicrobianos sem prescrição médica e de maneira equivocada. |