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Este texto analisa dados sobre como são apropriados e gerenciados coletivamente territórios de comunidades que manifestam aspectos da transição urbano/periurbano/rural em duas regiões metropolitanas paraenses: Belém e Santarém, a partir de resultados parciais da pesquisa intitulada “Alternativas de Desenvolvimento: cartografia social de territórios de populações tradicionais do Pará e Minas Gerais”. Trata-se de uma contra-cartografia para territórios periurbanos e periféricos, construída a partir de narrativas próprias dessas comunidades. A metodologia se valeu da pesquisa participante, tomando como interlocutor e pesquisador os discentes/bolsistas da pesquisa, nativos dessas comunidades, contemplados pela política de cotas raciais, e pelos demais discentes/bolsistas e pesquisadores envolvidos com as lutas desses grupos. As primeiras investidas no campo possibilitaram mapear e compreender aspectos históricos, geográficos e socioterritoriais presentes na dinâmica da organização social e política de comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, ribeirinhas) e camponesas assentadas. As reflexões apontaram que esses territórios vivenciam conflitos diversos, internos e externos, e mantêm estratégias de resistência para enfrentar tensões resultantes das dimensões materiais e imateriais, provocadas por processos que desencadeiam situações de ameaças de perda do espaço habitado, abandono dos seus modos de vida e a inserção de seus membros como subalternizados na sociedade urbana. O modo como lutam para serem reconhecidos, expressa territorilidades específicas dessas comunidades, as quais desmontam visões estáticas e essencializadas acerca desses povos. |