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Tendo por base o debate em torno do controle dos corpos e sexualidade femininas, bem como a ideia da heterossexualidade como uma instituição política que retira o poder das mulheres (Adrienne Rich, 2010) este trabalho busca analisar a existência de personagens lésbicas na obra de literatura feminista "O conto da Aia", publicado em 1985 pela escritora canadense Margaret Atwood, bem como na série de televisão homônima lançada em 2017 nos EUA. Sendo uma das poucas obras que analisa a interseção entre política e sexualidade, “O conto da Aia” nos permite transitar e refletir por entre distopia e realidade através da consolidação de um golpe de estado que instaura uma teocracia totalitária cristã chamada "Gilead”. Observou-se neste trabalho que as personagens lésbicas representam os agentes de resistência dentro da narrativa e concluiu-se que a existência lésbica carrega o poder desarticulador da realidade social-política heterocentrada baseada no controle sexual em que as mulheres estão inseridas, podendo representar um empoderamento feminino de um modo geral. |