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A implantação missionária protestante em Angola ocorre nos finais do século xix. A sua maioria, congregacionista, segue a autonomia doutrinal da Reforma e instala-se por força dos acordos internacionais no território. Diferentemente da Igreja Católica, que acompanha a presença expansionista portuguesa desde o século xvi, as igrejas protestantes motivam desconfiança às autoridades portuguesas. As críticas proferidas em relação às políticas coloniais levam a que muitas das suas instalações sejam encerradas, sobretudo, no decurso dos acontecimentos políticos de Angola, em 1961. A mesma sorte tem o movimento profético-salvífico tokoista que, decorrendo do cristianismo (católico e protestante), pretendeu substituir os valores do colonizador utilizando-os para o melhoramento do contexto social das populações locais. Isto é, pretendeu africanizar os valores advindos com a colonização quer fossem religiosos ou socioculturais podendo assim mobilizar as populações angolanas para a resistência e na crença da libertação. Este estudo, no quadro da colonização portuguesa em Angola, destaca o papel das missões protestantes e do movimento de Simão Toko no despertar político das elites locais feito conseguido com a proclamação da independência nacional de Angola no ano de 1975. Sublinha-se, pois, que o desempenho destas missões, e também do tokoismo, nos domínios da educação, instrução, saúde no seio das comunidades locais embate contra as políticas das autoridades governamentais. |