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Nascido 27 anos após a “Lei Áurea”, às margens do Rio Corumbá, local de extração aurífera utilizadora da mão de obra escrava, Bernardo Élis, conviveu com sinais da escravidão ainda presentes nas memórias de seus ascendentes. Coexistiu com a presença negra em sua terra natal, depois na antiga e na nova capital de Goiás, tanto que faz diversas menções aos negros em “A vida são as sobras”, início de nosso percurso. Em seguida, entremeio ao contexto histórico como pano de fundo, destacaremos os negros a partir das páginas de três obras bernardianas: “Ermos e Gerais”, “Primeira Chuva”, e “Veranico de Janeiro”. O objetivo é apontar as percepções e os estigmas sobre o negro na literatura de Bernardo Élis, nas obras em realce, que abarcam quase um quarto de século. As características relacionadas a cor parecem secundárias diante do universo mestiço em que Élis viveu; contudo, constituía-se em um de seus grandes temores, como confessou: “pedia com tanto fervor que me livrasse dos medos e do terrível mal de mudar de cor” (ÉLIS, 2000, p. 73). Palavras-chave. Negros. Bernardo Élis. “Ermos e Gerais”. “Primeira Chuva”. “Veranico de Janeiro”. |