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Introdução: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível que teve aumento de incidência nos últimos anos. É uma doença que apresenta pluralidade dos sintomas, especialmente na fase secundária, e as manifestações orais nesse estágio mais comuns são úlceras ou lesões pseudomembranosas nos lábios inferiores e na língua. A ocorrência dessas lesões está relacionada com prática desprotegida de sexo oral e é um diagnóstico que deve ser considerado naqueles pacientes com úlceras orais atípicas, mesmo na ausência de outros sintomas sistêmicos. Objetivo: Ressaltar a importância de adequado exame físico e rastreio de sífilis durante pré-natal e puerpério. Materiais e Métodos: Relato de caso de paciente atendida na Clínica da Família Souza Marques, localizada na Praça do Patriarca, s/n, Campinho, Rio de Janeiro, no ano de 2019. Relato de Caso: Puérpera, D20 pós-parto vaginal, sem intercorrências, sem realização de pré-natal. Procurou serviço por lesão em vulva. Ao exame físico, apresentava lesão verrucosa em terço médio à direita da vulva. Além disso, apresentava lesão em orofaringe com placa mucosa elevada, com superfície fibrinoide e esbranquiçada, de contornos irregulares na mucosa do lábio inferior. O Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) da internação na maternidade estava 1/64 e a paciente não soube informar se foi tratada. Foi prescrita penicilina G benzatina 1.200.000 UI em cada nádega, totalizando 3 doses, com involução das lesões e queda da titulação do VDRL. Resultado: A sífilis é uma doença de notificação compulsória, que deve ser rastreada de rotina em todo pré-natal, seja com VDRL ou teste rápido realizado em cada trimestre. A má adesão ao pré-natal reforça a importância da checagem das sorologias no puerpério imediato, possibilitando o tratamento precoce, inclusive do recém-nato. As lesões orais podem se manifestar de diversas formas e atingir toda a orofaringe, podendo causar sintomas respiratórios altos, como rouquidão e odinofagia, dificultando o diagnóstico. As lesões em mucosa podem ser brancas, ulceradas, elevadas, únicas ou múltiplas, e os principais diagnósticos diferenciais são infecções herpéticas ou fúngicas, tuberculose, histoplasmose, carcinoma de células escamosas e trauma. O tratamento deve ser realizado de acordo com o estágio da doença, e por muitas vezes não ter história cronológica apurada, o tratamento é instituído para sífilis tardia com uso de penicilina G benzatina 2.400.000 UI, intramuscular, em 3 doses. Conclusão: O diagnóstico precoce, assim como seu tratamento, devem ser sempre a prioridade em toda a população. A investigação no pré-natal e no puerpério deve ser imprescindível na Unidade Básica de Saúde, levando assim ao decréscimo dos casos no município do Rio de Janeiro. |