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As duas seções deste artigo são resultantes de uma primeira iteração da minha pesquisa acadêmica e artística iniciada em 2017 sobre o chamado “teste de idioma e sotaque” (também conhecido como “biometria da voz”), um software proprietário em uso pelas autoridades de imigração da Alemanha em casos de requerentes de asilo que chegam ao país sem documentos. A primeira parte (“das hätte...”) explica meu processo de transposição (estética, técnica e discursiva) do que se entenderia por machine listening quando em contraponto à escuta humana e vice-versa; este processo é exemplificado por meio de dois trabalhos – uma instalação em três canais para vozes computadorizadas, e uma composição e performance para um trio de vozes. Já a segunda parte (“Sobre a extensão...”) foca em revelar a dramaturgia e cenografia implícitas no processo do teste de idiomas, no qual a presença de um telefone – um aparelho que evoca memórias específicas sobre interações humanas – é o fio-condutor para uma narrativa de como este processo designa, precisamente, a mesma figura que deseja revelar. Ambas as seções podem ser entendidas como ensaios para um entendimento mais aprofundado sobre a relação da escuta com processos de imigração na Europa, em que a ideia de “origem” é vista como intrinsecamente atrelada ao corpo (e subsequentemente à voz), no entanto somente enquanto tal “corpo” é referente do “Outro”, que as fronteiras da “fortaleza Europa” desejam manter sempre à margem. |