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A costa oceânica norte do Brasil é uma região atipicamente energética e sujeita a significativas forçantes geofísicas que variam sazonalmente, tais como a descarga continental do Rio Amazonas, o transporte de fronteira oeste da Corrente de fronteira Norte do Brasil e a ação dos ventos alísios. As informações hidrográficas utilizadas neste artigo são provenientes de quarto cruzeiros oceanográficos realizados na borda oeste do Atlântico equatorial, como parte das atividades do Programa Brasileiro de Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva. Estes períodos cobriram diferentes épocas do ano, caracterizadas pela variabilidade das forçantes continentais e oceânicas, ou seja: descarga máxima dos rios nos períodos correspondentes ao Inverno/Primavera boreal (Março-Maio 1995/Maio-Junho 1999); fase de decaimento da vazão fluvial no Verão (Julho-Agosto 2001), e fluxo continental mínimo durante o Outono boreal (Outubro-Novembro 1997). Estes dados indicaram que as águas amazônicas (Salinidade < 35.0) são formadas próximo à desembocadura do Rio Amazonas, quando as águas doces se misturam com as águas costeiras. A pluma do rio de estende até 300 km mar adentro durante o período de máxima descarga e até 50 km na época de aporte fluvial mínimo. Em ambas as situações, a halocilna se localizou a cerca de 20 m de profundidade. Os resultados indicaram também que durante a fase de transição das descargas (JulhoAgosto 2001) as águas doces continentais são transportadas para sudeste, ao longo da costa, fenômeno que se mostra menos evidente no Verão boreal e totalmente ausente no Outono. Os resultados numéricos confirmam que as Lentes de Água Amazônica foram efetivamente transportadas para Leste em Julho-Agosto 2001, como resultado do transporte das águas pela retroflexão da Corrente Norte do Brasil que ocorre próximo à latitude 8°N. Palavras chave: Região Costeira Norte do Brasil, Lentes de Água Amazônica, Programa REVIZEE, Simulação numérica. |