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Introdução: A sífilis é uma doença bacteriana e sistêmica que, quando não tratada ou tratada inadequadamente, progride por anos. É um problema de saúde pública em razão da alta frequência e possibilidade de desfechos desfavoráveis ao final da gestação, sendo associada a diversos fatores sociodemográficos, socioeconômicos, comportamentais e a não realização do pré-natal. Objetivo: Identificar os fatores associados aos desfechos desfavoráveis da sífilis gestacional. Métodos: Estudo transversal realizado em uma capital do Nordeste brasileiro com gestantes com diagnóstico de sífilis cadastradas e identificadas em uma equipe da Estratégia Saúde da Família. A coleta ocorreu por meio da aplicação de um instrumento e atendeu todos os aspectos éticos, com número de parecer 2.975.828. Resultados: Ao todo, 73 gestantes com sífilis participaram do estudo, e foi identificada uma prevalência de transmissão vertical em 30 casos (41,1%). As gestantes eram jovens com baixa escolaridade (43 [58,9%]), cor não branca (69 [94,5%]) e com parceria fixa (62 [84,9%]). Foi verificado que o consumo de bebida alcóolica (11 [15,1%]) (p=0,003) e consumo de outras drogas ilícitas (4 [5,5%]) são fatores associados à transmissão vertical da sífilis. Além disso, a precocidade na primeira relação sexual (61 [83,6%]) e o uso de preservativo após diagnóstico de sífilis (35 [47,9%]) foram observados. Conclusão: Foram verificados comportamento de risco, sobretudo o uso do álcool e drogas ilícitas, precocidade na primeira relação sexual e não uso do preservativo. Os resultados reforçam que a qualidade da assistência pré-natal é imprescindível para a redução da ocorrência da sífilis gestacional e dos desfechos desfavoráveis. |