Can we really improve emergency services in Portugal?
Autor: | Brazão, Maria Da Luz, Baptista, António Martins |
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Jazyk: | portugalština |
Rok vydání: | 2022 |
DOI: | 10.48687/lsj.130 |
Popis: | Os Serviços de Urgência (SU) hospitalares, fruto das decisões erradas que foram tomadas nos últimos anos, com redução significativa da acessibilidade ao SNS, nos cuidados de saúde primários e hospitalares, transformaram-se na porta de entrada do hospital e, por isso mesmo encarados, para o bem e para o mal, como o seu cartão de visita. Com a crise mundial (económica em 2008 e pandémica em 2020-2022), a procura pelos cuidados de saúde prestados em ambiente de urgência, especialmente pela população de mais escassos recursos, tem aumentado exponencialmente, condicionando a sobrelotação dos mesmos, especialmente nos picos sazonais de maior afluência, como é o caso da gripe e/ou COVID-19. De facto, nos hospitais, os SU foram aqueles que mais sentiram os efeitos da crise, passando a assumir grande parte da prestação de cuidados de saúde à população. Esta constatação explica o mediatismo que os SU têm tido nos últimos tempos junto dos média. A crise económica que atravessamos tornou a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) um dos temas mais importantes da atualidade, sendo os gastos em saúde uma preocupação para administradores e gestores de unidades hospitalares autónomas. As previsões mostram que este problema tende a agravar-se no futuro, não só pelo progressivo envelhecimento da população com consequente aumento da prevalência das doenças crónicas e das comorbilidades, como também devido ao desenvolvimento tecnológico e científico com a consequente disponibilidade de terapêuticas e meios complementares de diagnóstico de custo crescente.1 Acresce-se que os recursos humanos médicos passam por uma crise tripla: organizacional, geracional e circunstancial. Sobre a crise organizacional, que deveria ter sido evitada há mais de 10 anos, falaremos de seguida. Passamos por uma crise geracional porque estamos no pico inferior da formação de especialistas, ao mesmo tempo que há um número muito grande de médicos a reformar-se. Este fenómeno, que se replica um pouco por toda a Europa, foi agravado por uma realidade que ninguém previu. Em França, no Reino Unido e presumimos que em Portugal, a nova geração de médicos não está disponível para trabalhar a mesma carga de trabalho que a geração anterior. Em França serão necessários 3 médicos para substituir um que se reforma. A crise circunstancial advém das anteriores, e junta um profundo desalento que atravessa os profissionais e os empurra para os ordenados, várias vezes superiores, que se praticam noutros países e nos sistemas de Saúde privados. Perante esta realidade, gerir os SU com eficácia e eficiência, obtendo benefícios/ganhos na saúde e qualidade nos serviços prestados aos utentes, com os recursos humanos, técnicos, económicos e estruturais muito limitados, é um desafio permanente dos chefes de equipa de urgência e gestores, especialmente os que verdadeiramente se preocupam com a qualidade da prestação dos serviços de saúde aos doentes. Lusiadas Scientific Journal, Vol. 3 No. 3 (2022): - JULHO | SETEMBRO |
Databáze: | OpenAIRE |
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