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O artigo objetiva analisar o mundo do trabalho carioca e chapeleiro tal como se configurou na experiência da Fábrica de Chapéus Mangueira, nas três décadas seguintes após a morte do seu fundador, inserido no contexto das transformações políticas, econômicas e sociais, da “Era Vargas”. Utilizamos como fontes as listagens de empregados da FCM entre 1931 e 1954, impressos, jornais, inventários, testamentos, e um livro de instrução para mestres, publicado pela fábrica em 1947, além de fotografias e de depoimentos orais. Com base nesse acervo documental, intento compreender as suas vivências mais concretas no ambiente do cotidiano da fábrica, onde se reproduziram complexas relações sociais, étnicas, de poder e de gênero. Chapeleiras e chapeleiros foram, a seu modo, protagonistas de um processo que lhes fora avassalador em termos de exigências, cobranças, ameaças e lutas pela conquista, garantia e preservação dos seus direitos. |