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A teoria do desenvolvimento emocional criada por Winnicott rediscute e propõe uma nova designação para a psicopatologia, sempre em referencia à saúde, ou seja, partindo das condições facilitadoras, que colocam a vida em movimento, e o uso ou função do sintoma e do adoecimento como tentativas de retomada da saúde emocional. Partindo desta compreensão este estudo tem como objetivo apresentar as contribuições de Winnicott acerca do uso do sintoma como indicativo de saúde emocional. Por meio de uma pesquisa qualitativa de cunho bibliográfico, selecionamos as principais obras em que o autor aborda este tema e sua compreensão clínica. Nossos resultados assinalam que é a partir do que acontece “normalmente” no amadurecimento de uma criança que permite avaliar e compreender as doenças ou imaturidades persistentes. Esta designação é nova na psicanálise, visto que o sintoma sempre foi visto como um mecanismo de defesa contra a não satisfação instintual, como destino para a pulsão. Observa-se que nos quadros denominados de neurose, o individuo tem maiores condições de acionar recursos subjetivos para lidar com as adversidades do amadurecimento, de modo que os sintomas podem ser usados como indicativos de saúde emocional e não apenas como patologia. Tal compreensão aponta para a necessidade de uma escuta atenta e da importância de questionar-se se o paciente consegue fazer uso do sintoma no trabalho clínico. E especialmente, quando o sintoma deixa de existir, ou seja, perde a esperança em ser comunicado. Palavras-chave: sintoma; clínica psicanalítica; Winnicott; saúde emocional |