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Este artigo analisa os desafios de produção do cuidado em um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad), em busca de agir consonante às políticas que orientam este serviço. Debruça-se, também, em analisar as dimensões macro e micropolíticas que permeiam esta prática e elucida estratégias do processo de trabalho que são vivenciadas pelos trabalhadores. Assim, foi realizada pesquisa qualitativa com todos os 28 trabalhadores do serviço, a partir de oitenta horas de observação do cotidiano de trabalho, uma sessão de entrevista coletiva, com a participação de dez trabalhadores e treze entrevistas em profundidade individuais, seguidas de Análise Temática. Logo, considerando que a produção do cuidado em saúde se dá sempre em relação, constata-se que neste serviço há comprometimento de sua efetividade. Foram observados três modos de cuidar: 1. Cuidado centrado no ato prescritivo; 2. Cuidado pouco relacional; 3. Cuidado acolhedor. Para tanto, entende-se que produzir atos de saúde a partir de um cuidado acolhedor é tarefa de todos os profissionais do CAPSad e que estes devem reconhecer, no usuário, um sujeito portador de desejos e necessidades, que possui valores e potências. Entretanto, nas condições em que o trabalho é realizado, nesse local, o cuidado parece comprometido. |