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Vários medicamentos antiparasitários foram utilizados no tratamento de pacientes diagnosticados com COVID-19, mesmo sem a comprovação de sua eficácia por meio de estudos clínicos robustos. Apesar de todos os avanços atingidos desde o primeiro caso em 2020, ainda se faz necessário compreender o papel prognóstico das características clínicas dos pacientes, assim como o efeito dos tratamentos instituídos no início da pandemia sobre o desfecho da internação. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, observacional e correlacional que foi realizado no período de março a agosto de 2020, período identificado como primeira onda da COVID-19, em um hospital terciário, público, em Fortaleza, Ceará, no nordeste do Brasil. Foram incluídos pacientes que necessitaram de internação e avaliadas variáveis socidemográficas, clínicas e de tratamento. Este estudo evidenciou que o sintoma diarréia está associado ao desfecho do óbito, enquanto a anosmia está associada com maior chance de sobrevivência. O D-dímero acima do valor de normalidade aumentou em quatro vezes o risco de morte e foi identificado como um preditor do óbito. Dentre os medicamentos analisados, a ivermectina apresentou efeito protetor, reduzindo o risco de morte em 0,254 vezes, por outro lado, a nitazoxanida foi associada ao óbito. Assim, este estudo identificou um perfil prognóstico plausível, reforçando a necessidade premente de dados brasileiros para apropriação do cuidado sempre na direção conjunta de realocação dos subsídios dentro de um cenário público de saúde. |