Informática em Saúde e a Interoperabilidade nos Sistemas Hospitalares
Autor: | João Marcelo Rondina, Adilia Maria Pires Sciarra |
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Rok vydání: | 2018 |
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Zdroj: | Arquivos de Ciências da Saúde. 25:2 |
ISSN: | 2318-3691 1807-1325 |
Popis: | A Informática em Saúde ou Informática Médica , ou ainda, Tecnologia da Informação em Saúde (em Inglês Medical Informatics)é definida por Blois e Shortliffe (1990) como “um campo de rápido desenvolvimento científico que lida com armazenamento,recuperação e uso da informação, dados e conhecimentos biomédicos para a resolução de problemas e tomada de decisão”. A Saúdeé uma das áreas onde há maior necessidade de informação para a tomada de decisões. A Informática Médica é o campo científico quelida com recursos, dispositivos e métodos para otimizar o armazenamento, recuperação e gerenciamento de informações biomédicas.O crescimento da Informática em Saúde deve-se, em grande parte: aos avanços nas tecnologias de computação e comunicação, àcrescente convicção de que o conhecimento médico e as informações sobre os pacientes são ingerenciáveis por métodos tradicionaisbaseados em papel, e devido à certeza de que os processos de acesso ao conhecimento e tomada de decisão desempenham papelcentral na Medicina moderna.Portanto, no setor da saúde, dentre as diversas aplicações das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) que desempenhamrecursos para facilitar a criação e o uso de dados, de informação e de conhecimento de saúde; a Interoperabilidade surge comoa capacidade que os diversos sistemas da informação e aplicativos de software têm de se comunicar, trocar dados e utilizar asinformações trocadas para suportar e viabilizar todos os aspectos do sistema de saúde.O setor da saúde no Brasil ainda guarda muitos desafios, entre eles o próprio uso da Tecnologia da Informação (TI). Nesse aspecto,a Interoperabilidade já está deixando de ser uma tendência para ser uma exigência do mercado, uma vez que, além de reduzir custose eliminar deficiências através da automatização de tarefas, oferece maior controle e agilidade do workflow e otimização do tempo;garante também ao paciente uma melhor experiência de atendimento. A análise de dados facilita a identificação de pontos quedevem ser mais bem trabalhados e a realocação estratégica da força de trabalho. No entanto, muitas organizações de saúde aindanão adotaram a Interoperabilidade dos sistemas de saúde por mera falta de conhecimento do processo. São três as etapas paraimplementação da Interoperabilidade nos sistemas de saúde:1. Desenvolvimento e implementação do registro eletrônico de saúde (EHR):Essencial para trabalhar a saúde de forma preventiva, o registro eletrônico de saúde (ou EHR, em sua sigla em inglês), facilita acontinuidade, e, portanto a qualidade, a eficiência e o acesso aos cuidados de saúde. O EHR garante a integridade e a permanência dainformação original em formato acordado e por tempo determinado; capacidade para diferentes vistas pelos utilizadores, e interaçõesamigáveis e ainda interoperação com diferentes bases de dados em diversos locais (capacidade de integração em sistemas clínicose administrativos diferentes).2. Desenvolvimento e implementação de medidas de desempenho administrativo sensíveis para certificação:Além de grandes custos operacionais, a desorganização da imensa quantidade de dados coletados em um sistema hospitalargera déficit indireto por conta do tempo perdido em busca da tradução desses dados para a mesma linguagem, para que, só então,os profissionais possam atender seus pacientes. Por outro lado, o controle ineficiente de fornecedores e a falta de transparênciageram gastos desnecessários e vultosos anualmente. A interoperabilidade viabiliza a análise de informações estratégicas, como oaproveitamento de leitos, o tempo gasto no atendimento e maior controle de estoques e pagamento de fornecedores:3. Definição e adoção de um padrão único de linguagem entre sistemas:Hoje diversas organizações e instituições de saúde já utilizam tecnologias que digitalizam processos, mas é necessário quehaja uma padronização de linguagem para que todos consigam intercambiar informações de forma eficiente e rápida. Hoje, ummédico tem que sair de um sistema e entrar em outro para poder ter acesso às informações de um mesmo paciente. Para haverinteroperabilidade, todos os players precisam estar integrados através de uma única linguagem-padrão, para que conversem entre sisem a necessidade de intervenção humana.No Brasil as informações e padrões de Interoperabilidade em saúde disponibilizados pelo projeto de Interoperabilidade SOA-SUS(portaria nº 2.073, de 31 de agosto de 2011) são o conjunto mínimo de premissas, políticas e especificações técnicas que disciplinamo intercâmbio de informações entre os sistemas de saúde Federal, Municipal, Distrital e Estadual, estabelecendo condições deinteração com os entes federativos e a sociedade. O objetivo é promover a utilização de uma arquitetura da informação em saúdeque contemple a representação de conceitos para permitir o compartilhamento de dados em saúde, além da cooperação de todos osprofissionais, estabelecimentos de saúde e demais envolvidos na atenção à saúde prestada ao usuário do SUS, em meio seguro e comrespeito ao direito de privacidade. Dessa forma será possível otimizar o atendimento ao paciente e a gestão em saúde, reduzindocustos, retrabalhos e erros humanos. |
Databáze: | OpenAIRE |
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