Dermatose vulvar, um diagnóstico diferencial com sífilis secundária: relato de caso

Autor: Melissa Nathalye Ramos e Gonçalves, Paulo Henrique Alves da Silva, Maria Clara de Sousa Lima Cunha, Lucas Nascimento Monteiro, Voney Fernando Mendes Malta, Vera Lúcia Tenório Correia da Silva, José Humberto Belmino Chaves, Geovana Santos Martins Neiva, Gentileza Santos Martins Neiva
Rok vydání: 2021
Zdroj: Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis.
Popis: Introdução: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível de alta incidência mundial provocada pela bactéria Gram-negativa Treponema pallidum. A transmissão pode ocorrer pelo contato sexual desprotegido com pessoa contaminada, com mucosa, sangue ou saliva de pacientes infectados e por via transplacentária materno-fetal. Em 2016, a Organização Mundial da Saúde estimou 6,3 milhões de novos casos de sífilis no mundo, sendo a prevalência em homens e mulheres de 0,5%, com valores regionais variando de 0,1% a 1,6%. Prevalências altas de sífilis foram observadas entre segmentos das populações-chave no Brasil, como homens que fazem sexo com homens (9,9%), trabalhadoras do sexo (8,5%) e pessoas privadas de liberdade (3,8%). Essa patologia é dividida em quatro estágios, sendo o segundo denominado sífilis secundária, a qual tem como sua principal manifestação clínica a presença de pápulas acastanhadas/avermelhadas palmo-plantar e placas mucosas. As dermatoses vulvares (líquens) se apresentam como lesões em pápulas ou placas eritematosas descamativas e eventualmente erosivas, principalmente na região dos grandes lábios. Objetivo: Relatar um caso de sífilis secundária com dermatose vulvar como diagnóstico diferencial. Métodos: Os dados foram obtidos de consulta, entrevista e registro dos métodos diagnósticos aos quais a paciente foi submetida e revisão de literatura. Resultados: Mulher, 42 anos, foi encaminhada ao ambulatório da ginecologia por dermatose vulvar por lesões descamativas hipercrômicas vulvares há aproximadamente seis meses e referindo vários tratamentos anteriores. Ao exame de vulva: placas avermelhadas hipercrômicas ocupando o monte púbico e intróito vaginal. Observaram-se manchas hipercrômicas em região palmar e plantar. Solicitada dosagem laboratorial para doença venérea com titulação 1:168. Foi recomendado tratamento com penicilina benzatina 1200 UI em cada glúteo. Conclusão: O exame clínico e direcionamento da investigação laboratorial para sífilis são indispensáveis mediante anormalidades epiteliais genitais, sendo vital investigar toda a pele em busca de anormalidades.
Databáze: OpenAIRE