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A Insuficiência cardíaca (IC) é via final comum de várias cardiopatias, com grande impacto socioeconômico no Brasil e no mundo. O objetivo do presente trabalho é relatar a melhora clínica da associação da dapaglifozina ao esquema terapêutico tradicional de paciente com IC com fração de ejeção reduzida (ICFEr) de difícil controle clínico durante internação hospitalar. Trata-se de um relato de caso de Mulher, 63 anos, hipertensa, diabética, portadora de doença renal crônica, doença arterial coronária e periférica, internada com IC classe funcional IV (NYHA) - dispneia aos mínimos esforços, ortopneia, dispneia paroxística noturna e edema de membros inferiores. Na admissão apresentava PA 130x80mmHg, RCR 3t (B3), FC 89bpm, sopro sistólico mitral +2/6, crepitações bibasais pulmonares. Os achados ecocardiográficos mostraram disfunção sistólica do VE de grau importante devido à hipocinesia difusa com FE de 18%. Durante a internação, apesar da otimização terapêutica, a paciente não apresentava melhora de classe funcional, havendo, em alguns momentos, necessidade de redução de dose de diuréticos e vasodilatadores por conta da deterioração da função renal. Foi associado Dapagliflozina 10 mg ao esquema terapêutico e realizado ajuste diário das demais medicações. Os dias que seguiram foram marcados por melhora clínica dos sintomas, recebendo alta no 23º dia de internação em classe funcional II. O controle clínico da ICFEr, apesar de todo o arsenal terapêutico disponível, ainda é um desafio para muitos especialistas com grande experiência. A evolução clínica da paciente em questão vem ao encontro dos principais achados descritos nos estudos DAPAHF e DAPA-CKD, que demonstraram menor risco de agravamento da IC ou morte por causas cardiovasculares e redução do risco de agravamento da função renal e de morte por causa renal ou cardiovascular respectivamente. Ao utilizar a Dapagliflozina, a paciente apresentou melhora clínica, após tentativas fracassadas de tratamentos com fármacos convencionais. |