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Introdução: Dentre as manifestações extrapulmonares da COVID-19 destacam-se os efeitos cardiovasculares, devido às complicações cardíacas, recentemente relatadas em pacientes com cardiopatias crônicas, associadas à alta carga inflamatória por SARS-CoV-2. Objetivos: Analisar as repercussões clínicas do COVID-19 em pacientes cardiopatas; investigar o processo fisiopatológico do COVID em cardiopatas, em comparação com o processo em pacientes não cardiopatas; avaliar o risco cardiovascular gerado por medicamentos usados contra o COVID-19, bem como efeitos de fármacos anti-hipertensivos na fisiopatologia do coronavírus. Material e Métodos: A pesquisa foi realizada em 3 bases de dados, incluindo MEDLINE / PubMed, Scopus, Web of science e ScienceDirect. A estratégia de busca utilizou os descritores obtidos no Medical Subject Headings (MESH) da National Library of Medicine com a combinação das palavras-chave COVID-19, cardiovascular diseases e coronavírus por meio dos operadores booleanos AND e OR. Resultados: Dezoito artigos se adequaram aos temas propostos para esta revisão. Destes, sete abordaram as manifestações clínicas do COVID-19 em cardiopatas, cinco mostraram a fisiopatologia da doença e outros seis descreveram interações medicamentosas. Os resultados apontam que a hipertensão arterial sistêmica está presente em 57% dos pacientes hospitalizados por COVID-19 em Nova York. Cerca de 10% dos pacientes com cardiopatias prévias desenvolvem miocardite, podendo evoluir para bloqueio de condução, taquiarritmias e comprometimento da função ventricular esquerda. Pacientes com COVID-19 que apresentam hipertensão ou cardiopatias têm risco 3-4 vezes maior de desenvolver doença grave. Não há dados que sustentam que os IECA/BRA2 facilitam a entrada do coronavírus por aumentar a expressão da ECA2. Portanto, os pacientes devem continuar com o tratamento prescrito. Conclusão: Observa-se, portanto, que os riscos para o desenvolvimento de COVID-19 estão fortemente associados, entre outros fatores, à presença de cardiopatia crônica. Além disso, o vírus pode causar lesões cardíacas pela associação com o receptor de ECA-2, o que requer monitoração dos marcadores de lesões miocárdicas para pacientes internados por Sars-CoV-2, especialmente cardiopatas. |