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O artigo discute a educação enquanto prática política e emancipatória para o acesso e a ascensão de mulheres negras nos espaços deliberativos de centrais sindicais brasileiras. Empenhou-se uma pesquisa de abordagem qualitativa e sistemática explicativa, organizada no procedimento de revisão bibliográfica, além da análise de material empírico – fruto de pesquisa de mestrado desenvolvida no âmbito da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), mediante pesquisa de campo com mulheres negras e dirigentes sindicais. Parte-se da contextualização do percurso histórico de inserção das mulheres no movimento sindical e suas principais barreiras no alcance de cargos diretivos. A educação aparece como fator central na agenda política e no movimento sindical, fato que se observa com ênfase a partir da abertura democrática para as minorias sociais no período pós-ditatorial. No entanto, a educação acrítica não produz efeitos positivos para os grupos desfavorecidos, dilatando a sua capacidade e só requalificando na presença de uma educação para a diferença, balizada nos marcadores interseccionais. Ao final, conclui-se que o acesso e a ascensão de mulheres negras nos espaços deliberativos são orientados através da visão interseccional e da educação depurada de alienações. |