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Este artigo pretende evidenciar as relações existentes entre os contextos atuais de hiperinformação, desinformação e infoxicação e o processo de aceleração social do tempo. Buscando compreender as dinâmicas envolvidas no fenômeno das notícias falsas, indica-se uma aproximação entre o fake e o fast no ato comunicativo. A ultravelocidade é vista como vetor privilegiado de produção de uma quantidade de informação superior a que as audiências poderiam processar, gerando espaço para um ecossistema informativo de baixa qualidade marcado pelo consumo irrefletido de notícias. O jornalismo contemporâneo, assim, tende a se afastar do papel social de referência confiável para a tomada de decisões necessárias à vida dos cidadãos e seus semelhantes. Como força de tensão a este movimento, apresentam-se as noções balizantes do jornalismo lento, pautado pela busca da qualidade e da contextualização. Acrescentam-se às práticas comunicacionais da cultura slow os procedimentos de media literacy, possibilitando trabalhar a reflexão e a crítica da informação também no polo da recepção. |