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Este artigo se trata da georreferenciação da sociabilidade de homens com práticas homossexuais na região metropolitana do Recife (RMR), fruto de etnografia produzida por meio de observações participantes, entrevistas e inquérito comportamental. Os lugares mais referidos são boates e bares e estão localizados no centro da capital pernambucana. A frequentação dos espaços apresenta marcações de idade, estado civil, religião, trabalho e classe social. Demos ênfase à classe social e tomamos como objeto as duas boates mais citadas: MKB e Metrópole. A primeira é descrita como suja e nojenta, frequentada por ‘promíscuos’, que curtem darkroom (quarto escuro para sexo), pela ‘mundiça’ (pobres) mal vestida e de precária higiene, por ‘pocs’ – ‘bichas’ pobres e efeminadas. A Metrópole como da elite, luxuosa e bem frequentada por ‘bichas cocotes’ (elegantes). O processo de estigmatização que confere sentido aos lugares tem a ver com os componentes de escolarização de classe social e se utiliza de marcadores de categorias estigmatizadas em dois outros sistemas – ‘poc’/efeminados/gênero e darkroom/promíscuos/sexualidade. |