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Considerando o percentual significativo de indivíduos com deficiências resultantes do quadro de paralisia cerebral na população mundial, a presente pesquisa investigou processos de inclusão e acessibilidade para estes indivíduos, com foco nas possibilidades de interação digital por pessoas com acometimento motor. Ao verificar que estas disfunções são as mais comuns nos quadros de paralisia cerebral, investigou-se a correlação entre o conjunto de movimentos acionadores de dispositivos baseados em tecnologia touchscreen e as possibilidades gestuais de pessoas com distintos graus de acometimento motor. Nestes termos, no sentido do aprimoramento destes dispositivos para o público em questão, tomou-se que o nível de acometimento da motricidade dos membros superiores de pessoas com paralisia cerebral poderia ser usado na estruturação de grupos de gestos fundamentais possíveis em dispositivos touchscreen de acordo com seu grau de complexidade. Assim, a pesquisa objetivou elaborar recomendações para a construção de projetos de interfaces interativas em dispositivos touchscreen, no atendimento das especificidades dos diferentes níveis de comprometimento motor. Para tanto, realizou-se inicialmente um levantamento exploratório das variações gestuais nas plataformas touchscreen de diferentes desenvolvedores, o que gerou um inventário de gestos fundamentais possíveis em aparatos de tela sensível ao toque. Em seguida, o estudo identificou escalas de níveis de acometimento motor de pessoas com paralisia cerebral, considerando a motricidade de membros superiores (escala MACS). A partir destas duas variáveis, e mediante coleta de dados com terapeutas especializados em reabilitação motora, chegou-se ao mapeamento dos gestos possíveis em cada um dos cinco níveis da escala de motricidade, o que permitiu propor recomendações para projetos de interfaces gráficas interativas voltadas aos quadros da paralisia cerebral. Entre as recomendações, ressalta-se a importância de integrar os estímulos motores a finalidades diárias, lúdicas ou terapêuticas e promover graus progressivos de complexidade gestual ao longo da interação. |