Densidade mineral óssea após lesão medular
Autor: | Christina May Moran de Brito, Linamara Rizzo Battistella, Elizabete Tsubomi Saito, Hatsue Sakamoto |
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Rok vydání: | 2002 |
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Zdroj: | Acta Fisiátrica. 9:127-133 |
ISSN: | 2317-0190 0104-7795 |
DOI: | 10.11606/issn.2317-0190.v9i3a102372 |
Popis: | A osteoporose é uma das reconhecidas complicações da lesão medular, mas na prática clínica muitas vezes tem sido deixada para segundo plano quando comparada às outras complicações decorrentes da lesão. Grande parte da perda óssea ocorre nos primeiros quatro a seis meses após a lesão e se estabiliza doze a dezesseis meses após. Ocorre em todos os segmentos, mas é mais acentuada nos segmentos paralisados, situando-se em torno de 4% ao mês em áreas ricas em osso trabecular e 2% ao mês em áreas com predomínio de osso cortical no primeiro ano após a lesão. A incidência de fraturas se situa entre 1% a 7% e estas são muitas vezes decorrentes de traumas mínimos. Os mecanismos envolvidos na perda óssea não estão totalmente esclarecidos. Trabalhos com ortostatismo e cinesioterapia não demonstraram benefício significativo no que diz respeito à redução da perda de massa óssea e trabalhos com estimulação elétrica funcional apresentam resultados divergentes, parecendo resultar em algum benefício local. O uso de medicação anti-reabsortiva parece constituir opção promissora, juntamente com a ingesta diária adequada de cálcio, mas estudos são ainda necessários para este fim. Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto da lesão medular na densidade mineral óssea de 20 pacientes lesados medulares crônicos em acompanhamento ambulatorial na Divisão de Medicina de Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e possíveis fatores de influência sobre o padrão de perda óssea. Os métodos utilizados incluíram exames clínico e laboratorial e densitometria óssea de corpo inteiro. Foram incluídos nesse estudo 15 homens e 5 mulheres, entre 17 e 50 anos (mulheres até 35 anos), sendo 8 com tetraplegia e 12 com paraplegia, e o tempo de lesão variou de 10 meses a 10 anos. A avaliação densitométrica não evidenciou diferença significativa entre pacientes com e sem espasticidade. Também não houve correlação entre a porcentagem de massa magra e a densidade mineral óssea. A dissociação da densidade mineral óssea entre a coluna lombar e a pelve, com maior perda óssea em nível da pelve, foi um achado comum. A maior perda foi evidenciada em membros inferiores com média de -3,3 desvios-padrão em comparação ao pico de massa óssea do adulto jovem. Conclui-se então que tanto pacientes tetraplégicos quanto paraplégicos apresentam perda óssea significativa, particularmente em pelve e membros inferiores, sem influência do grau de espasticidade. |
Databáze: | OpenAIRE |
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