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O presente artigo se propõe a debater as interações entre campo-cidade correlacionado questões ligadas ao surgimento e disseminação da Covid-19 e o sistema alimentar baseada no agronegócio e em contraposição o papel e os desafios da reforma agrária, dos assentamentos e da agroecologia diante da crise sanitária e socioeconômica decorrentes. Sua elaboração se deu a partir das reflexões instigadas pelas ações de solidariedade e de articulação entre camponeses e trabalhadores(as) urbanos promovidas pelos movimentos sociais durante a pandemia, e pelos trabalhos de campo realizados no âmbito do projeto de pesquisa de doutorado desenvolvido no programa de pós-graduação em geografia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – FCT/UNESP, sobre as experiências de circuitos curtos de comercialização em áreas de assentamentos no estado de São Paulo, como ferramentas de diálogo e articulação com o meio urbano e de acúmulo de forças para promover processos de espacialização e territorialização da reforma agrária popular e da agroecologia. Desta forma, busca-se o diálogo no sentido de construir uma fundamentação teórico-conceitual sobre a importância da reforma agrária e da agroecologia para a promoção do direito humano à alimentação, à saúde e a qualidade de vida em sua totalidade, nas cidades, nas comunidades rurais e de povos tradicionais e a necessidade de se construir para tal, canais de solidariedade, articulação e alianças entre os diversos segmentos da classe trabalhadora em escala local, nacional e internacional a fim de romper com lógica do capital como fundamento para a organização e reprodução da vida e promover um sistema alimentar em bases social, econômica e ambiental, responsáveis e democráticas. |