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A crise sanitária mundialmente instaurada com a pandemia de Covid-19 tornou o Brasil um dos epicentros das infecções e cenário de trágica experiência de gestão pública em saúde, e, mais especificamente na Amazônia, expôs o fantasma histórico da lógica da desumanização do Estado aos povos indígenas. Neste texto, tomamos como ponto de partida um conjunto de relatos emitidos por lideranças e representantes dos movimentos indígenas no Médio rio Solimões e Afluentes que nos dizem respeito às técnicas de governo relacionadas às narrativas e práticas de omissão que reforçam o antigo regime de produção de desigualdades e das condições de vulnerabilidade sanitária, ambiental, social e econômica desses sujeitos. Nosso objetivo é mostrar por meio da análise desses relatos de que modo os sujeitos resistem e reagem ao negacionismo estatal criando estratégias autônomas de cuidados e de contenção da transmissão. |