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Introdução: O Ministério da Saúde recomenda que a colpocitologia oncótica seja realizada em mulheres com vida sexual ativa desde os 25 anos, podendo ser interrompida aos 64 anos de idade após dois resultados normais. Também orienta que mulheres que realizaram histerectomia total por patologias benignas e que não apresentem história prévia de lesões cervicais de alto grau sejam excluídas da população alvo do rastreamento, desde que tenham exames anteriores sem alterações. Segundo o Sistema de Bethesda revisto em 2001, as atipias de células escamosas de significado indeterminado podem ser de dois tipos: possivelmente não neoplásicas e as que indicam que não se pode afastar lesão de alto grau. Relato de caso: R.J.D., 46 anos, G3P3, menarca aos 11 anos, sexarca aos 15 anos, submetida a histerectomia total há oito anos por sangramento uterino anormal associado a miomatose uterina. Refere episódios esporádicos de dor em baixo ventre, sem outras queixas. Realizou colpocitologia oncótica em novembro de 2020 em unidade básica de saúde, apresentando células escamosas atípicas de significado indeterminado, não se podendo afastar lesão de alto grau (ASC-H). À colposcopia (8 de janeiro de 2021) apresentou fundo de saco vaginal com área extensa de espessamento epitelial e acetoreação (Schiller iodo claro com bordas iodo negativas). Foi submetida à biópsia (8 de janeiro de 2021), com laudo apresentando mucosa escamosa com raros focos de atipias epiteliais para os quais não é possível afastar efeito citopático viral/ neoplasia intraepitelial vaginal (associado à fibrose do córion). Foi indicada a complementação com imuno-histoquímica (21 de janeiro de 2021), que afastou a possibilidade de lesão de alto grau (P16 negativo, Ki-67 positivo em raras células). Conclusão: No presente caso foi realizada a colpocitologia oncótica mesmo não sendo preconizada a sua aplicação em pacientes submetidas a histerectomia total por patologia benigna. Apesar de inicialmenteter sido afastada a possibilidade de lesão de alto grau nessa paciente, casos como este, embora incomuns, podem abrir caminho para uma mudança no protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde para o seguimento dessas pacientes. |