Vacina contra a Esquistossomose Mansônica: uma Doença Negligenciada

Autor: Ana Carolina Mello Fontoura de Souza, Julia Henneberg Hessman, Vitoria Scheffel Dias, Iriane Eger
Rok vydání: 2022
Zdroj: Brazilian Medical Students. 7
ISSN: 2675-1542
DOI: 10.53843/bms.v7i10.214
Popis: Introdução: A esquistossomose é uma doença parasitária negligenciada, crônica e gradualmente debilitante, que mata 200 mil pessoas anualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde. As estratégias atuais de controle da esquistossomose são ineficazes e há, portanto, necessidade de desenvolvimento de uma vacina contra a doença. Objetivo: Apresentar as principais pesquisas sobre o desenvolvimento de vacinas contra a esquistossomose. Metodologia: Revisão narrativa de literatura realizada em outubro de 2020, com a seleção de artigos a partir de 2012 nas bases de dados Pubmed e Scielo, utilizando os descritores “schistosomiasis” e “vaccine”. Foi consultada, também, a plataforma Clinical Trials. Foram incluídos artigos sobre vacinas contra Schistosoma mansoni e excluídos artigos referentes exclusivamente a outras espécies e outras formas de tratamento ou prevenção. Resultados: Foram selecionados 26 artigos, os quais apontam que há apenas duas vacinas em testes clínicos, a Sm14 e a Sm-TSP2. A Sm14 (Brasil), com fase II concluída, apresentou 50-68% de proteção contra a esquistossomose. A Sm-TSP2 (EUA), ainda em fase I, apresentou proteção de 65-69%. Além destas, alguns candidatos vacinais ainda estão na fase pré-clínica, como a Sm-p80 (EUA), a SmCB (Canadá), a SmCyp (Brasil) e vacinas quiméricas (Irã) que combinam antígenos através da imunoinformática. Há também propostas de fabricação de vacinas que usam nanotecnologia e nanobastões de ouro na produção de adjuvantes. Discussão: Ainda há muitos desafios para o desenvolvimento dessas vacinas, como a dificuldade de isolar os genes do parasita, a diferença de resposta imune entre os testes em animais e humanos, o movimento antivacina e o desinteresse de grandes indústrias farmacêuticas. Conclusão: Há duas pesquisas em fase de ensaios clínicos atualmente, a Sm14 e a Sm-TSP2, além de várias outras em fase pré-clínica. Apesar de mais estudos serem necessários, essa estratégia de imunização poderia ser responsável pelo controle da doença no futuro, problemática evidenciada nesse trabalho.
Databáze: OpenAIRE