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A pandemia da COVID-19 impactou as relações sociais e, de certo modo, os espaços e instituições. Dessa forma, o ambiente escolar também foi atingindo por diversas mudanças que reestruturam o processo ensino-aprendizagem e os sujeitos pertencentes a ele. Percebe-se que desde as mudanças mais simples, como o uso da máscara em sala de aula, até mudanças mais profundas, como o ensino remoto ou híbrido, o sujeito-professor é, de certa forma, o que mais experiencia transformações nas suas incumbências dentro do processo ensino-aprendizagem. Frente a isso, neste trabalho, buscamos analisar os regimes de verdade que constituem o sujeito-professor pré-pandêmico e pandêmico tendo como mirante teórico a Análise do Discurso de linha francesa, sobretudo a partir dos trabalhos de Michel Foucault. Tomamos como corpus dois documentos oficiais: a LDB – Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e o Guia de Implementação de Protocolos de Retorno das Atividades Presenciais nas Escolas de Educação Básica, formulado pelo Ministério da Educação. A partir deles, procuramos analisar os regimes de verdade que sustentam documentos oficiais que, de certa maneira, fornecem subsídios para a constituição do sujeito-professor ao se ampararem em formações discursivas que delimitam quais ações (não) são/estão condicionadas ao fazer docente. Entre outras reflexões, observou-se que a constituição de um sujeito-professor pré-pandêmico pautada na burocracia e um sujeito-professor pandêmico centrado na figura de cuidador. |