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Objetivo: Caracterizar a utilização dos aparelhos digitais em idade pré-escolar e comparar com as recomendações da Academia Americana de Pediatria e OMS. Testar associações entre a utilização dos aparelhos digitais pelas crianças e determinadas características dos pais e do seu uso. Tipo de estudo: Estudo transversal, descritivo e analítico. Local: Unidades de Saúde Familiar (USF) da zona norte de Portugal. População: Utentes, com idade entre os 12 meses e os cinco anos inclusive, de seis USF. Métodos: Questionário anónimo aplicado a uma amostra de pais que acompanharam a criança à consulta. Incluiu variáveis demográficas e perguntas relacionadas com a utilização dos aparelhos digitais pela criança e pais. Resultados: Obtiveram-se 342 questionários. A televisão e o smartphone foram os aparelhos mais presentes nas casas e os mais frequentemente usados pelas crianças. O início do seu uso deu-se antes dos 18 meses em 74,7% para a televisão, 23,4% para o smartphone e 16,3% para o tablet. Em 65,9% e 24% houve uma utilização diária para a televisão e smartphone, respetivamente. A utilização dos aparelhos aconteceu em 19% nos 60 minutos antes do sono e o «uso às refeições» foi o motivo mais reportado. Nas crianças com idade < 24 meses 88-93% demonstraram utilizar aparelhos digitais, enquanto nas crianças idade > 24 meses 70-74% tinham um tempo de ecrã > 1h/dia. Verificou-se associação do tempo de ecrã das crianças com o tempo de ecrã dos pais, perceção dos pais relativamente ao TEE da criança e número de aparelhos digitais no quarto. Conclusões: Regista-se um início muito precoce, antes dos 18 meses, para o uso destas tecnologias, que é abusivo, preocupante e fora das normas de orientação atuais. É importante abordar este assunto desde cedo nas consultas, sensibilizando os pais para outros tipos de atividade e estímulo. |