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Introdução: Paradas cardiovasculares extra-hospitalares são extremamente comuns. Com o crescente aumento dos índices de desfibrilação precoce e ressuscitação cardiopulmonar precoce, mais pacientes apresentam retorno espontâneo da circulação. No entanto, apesar do progresso importante, poucos pacientes sobrevivem à alta dos serviços emergenciais e têm bom prognóstico neurológico. A lesão cerebral hipóxico-isquêmica é a principal causa de morte entre os pacientes ressuscitados após parada cardíaca internados na UTI. O estado epiléptico eletroencefalográfico é comum nos primeiros dias de cuidados pós-parada e é um importante preditor de prognóstico neurológico ruim de acordo com as diretrizes mais recentes. Objetivo: Analisar o potencial de predição prognóstica do monitoramento por eletroencefalografia (EEG) de pacientes com estado epiléptico pós-parada cardíaca. Métodos: Revisão bibliográfica realizada por meio de busca nas bases de dados PubMed e BVS, com a seleção de 5 artigos. Resultados: A fisiopatologia da lesão cerebral após uma parada cardíaca inclui a “lesão por reperfusão” com aumento da excitotoxicidade, acidose intracelular, estresse oxidativo, disfunção mitocondrial e neuroinflamação cujos resultados, eventualmente, levam à morte celular. O EEG é um exame bastante sensível à isquemia focal ou global e pode ser utilizado como preditor prognóstico nos pacientes comatosos após recirculação espontânea. Muitos estudos dividem os padrões eletroencefalográficos apresentados por pacientes pós-parada cardiovascular em 4 padrões principais: padrão EEG benigno, estado epiléptico refratário (EER), descargas epilépticas periódicas generalizadas (DEPG) e padrão EEG não-epileptiforme maligno. Nos estudos que utilizaram essa estratificação, os pacientes com padrão EEG benigno apresentaram a melhor chance de sobrevivência e de bom desfecho neurológico, EER apresentou moderada redução em ambos os parâmetros, DEPG teve uma dramática redução de sobrevivência e de bom desfecho neurológico e o padrão não-epileptiforme maligno teve o pior desempenho nos parâmetros analisados. Conclusão: Pacientes comatosos pós-parada cardiovascular devem ter monitorização por EEG constante, visto que os padrões apresentados nesse exame funcionam como preditores diagnóstico e podem auxiliar na escolha de tratamento entre uma conduta mais conservadora ou mais agressiva. Contudo, mais estudos abordando a associação das diferentes abordagens terapêuticas nos padrões eletroencefalográficos são necessários para que se chegue a um consenso nesse sentido. |