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INTRODUÇÃO: A violência doméstica (VD) é definida por “...qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. Esse tipo de agressão, que repercute em vários aspectos da vida da mulher, tem sido relacionada à depressão pós-parto. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura cujo objetivo foi verificar a relação entre violência doméstica e depressão pós-parto, por meio da estratégia PICO. A busca foi realizada em abril de 2021 nas fontes de dados eletrônicas MEDLINE/PubMed, Sciencedirect e Google acadêmico usando os descritores “domestic violence” AND “postpartum depression” e o filtro de 5 anos. Ao final, 22 artigos compuseram a presente revisão (12 PubMed, 4 Sciencedirect, 6 Google acadêmico). RESULTADOS: Todos os artigos revisados apresentaram associação entre violência doméstica e depressão pós-parto (DPP). Além disso, foi observada, também, relação com ideações suicidas. A violência psicológica foi descrita como a mais prevalente, embora a violência física seja a mais relacionada à DPP. A prevalência de casos de violência encontrada foi de 4,9% a 67,4% enquanto a prevalência de DPP ficou entre 4,4% e 41,5%. DISCUSSÃO: A DPP é reconhecidamente um problema de saúde pública, com significativa morbimortalidade materna e infantil, com prevalência entre 10%, em países de alta renda, e 60% na população da África Subsaariana. A prevalência de DPP e violência doméstica encontradas corresponde ao encontrado na literatura mundial. Dentre as principais consequências da DPP, destacam-se a diminuição do cuidado com o recém-nascido e o suicídio materno. CONCLUSÃO: O presente artigo conclui que é necessária uma maior sensibilidade pelos profissionais de saúde no rastreamento das violências domésticas para que as mulheres recebam os devidos cuidados e apoio visando o estabelecimento de estratégias intersetoriais que permitam que essas mulheres saiam das situações abusivas. |