Abandono do tratamento da tuberculose em pacientes coinfectados por tuberculose/vírus da imunodeficiência humana em Porto Alegre

Autor: Samantha Correa Vasques, Luciana Silveira Egres, Daniela Santos Alves, Bruna Hentges, Maíra Rossetto, Vinícius de Souza Casaroto, Luciana Barcellos Teixeira
Rok vydání: 2021
Zdroj: Jornal Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis.
DOI: 10.5327/dst-2177-8264-202133p192
Popis: Objetivo: Analisar os fatores associados ao abandono do tratamento de tuberculose em pacientes coinfectados por tuberculose/vírus da imunodeficiência humana na capital do Rio Grande do Sul. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva conduzido com pacientes com coinfecção por tuberculose/vírus da imunodeficiência humana registrados entre 2009 e 2013. Foram coletados dados demográficos, clínicos, ocorrência de internações e óbito, de três bases de dados nacionais distintas que fazem parte do sistema nacional de vigilância em saúde e utilizou-se a técnica de linkage de dados. Comparações entre os grupos foram realizadas por meio de teste de homogeneidade de proporções baseado na estatística de qui- -quadrado de Pearson ou Fisher para variáveis categóricas, ou teste t de Student ou MannWhitney para variáveis quantitativas. A fim de estimar a razão de chances de cada categoria exploratória de variáveis, foi utilizado o modelo de regressão logística. Resultados: Mantiveram-se associadas ao desfecho maior idade (odds ratio=1,02, intervalo de confiança=1,01–1,03), baixa escolaridade (odds ratio=1,50, intervalo de confiança=1,16–1,92), situação de entrada no serviço como reingresso após abandono (odds ratio=0,25, intervalo de confiança=0,10–0,63) e histórico de internação por complicações relacionadas a tuberculose/vírus da imunodeficiência humana (odds ratio=1,55, intervalo de confiança=1,22–1,96). Conclusão: O abandono de tratamento na capital do Rio Grande do Sul contribui para que o município esteja entre as capitais com um dos maiores índices de tuberculose e de coinfecção por tuberculose/vírus da imunodeficiência humana no Brasil. A situação de entrada no serviço como reingresso após abandono se mostrou um fator de proteção para um novo abandono. As variáveis associadas ao abandono evidenciam os contextos de vulnerabilidade no qual os coinfectados estão inseridos.
Databáze: OpenAIRE