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Introdução: A avaliação da morte materna em cada idade pode contribuir para melhorar a compreensão dos riscos gestacionais relacionados aos períodos da vida da mulher. Objetivo: Avaliar a taxa de mortalidade materna (TMM) e as causas de morte materna direta das adolescentes (10 a 19 anos), adultas (20 a 34 anos) e mulheres com 35 anos ou mais. Métodos: Estudo descritivo, de corte transversal, realizado com os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), incluindo as mulheres que morreram por causa obstétrica direta no ano de 2016, estratificadas por idade. Resultados: Houve 1.670 óbitos maternos no Brasil em 2016, correspondendo à TMM de 58,4 por 100 mil nascidos vivos. A TMM foi menor nas adolescentes (42,7), seguidas pelas adultas (52,6) e as mulheres com 35 anos ou mais (108,7). Desses óbitos, 1.122 (67,2%) ocorreram por causas obstétricas diretas. Nos 145 óbitos maternos por causas diretas em adolescentes, a proporção das mortes foi: síndromes hipertensivas da gravidez (33,8%), infecções (16,6%), hemorragias (11,7%), gravidez ectópica e outros produtos anormais da concepção (9%), abortamento (6,9%), doenças tromboembólicas (6,2%) e outras causas (15,9%). Entre os 691 óbitos maternos por causas obstétricas diretas em adultas, a proporção foi: síndromes hipertensivas da gravidez (27,6%), hemorragias (18,2%), infecções (13,5%), doenças tromboembólicas (9%), gravidez ectópica e outros produtos anormais da concepção (6,5%), abortamento (4,9%) e outras causas (20,3%). Houve 286 óbitos por causas obstétricas diretas em mulheres com 35 anos ou mais, com as seguintes causas de morte: síndromes hipertensivas da gravidez (28,7%), hemorragias (26,9%), doenças tromboembólicas (8,4%), infecções (7%), abortamento (4,5%), gravidez ectópica e outros produtos anormais da concepção (4,2%), e outras causas (20,3%). As mulheres com 35 anos ou mais apresentaram chance de morte materna 155% maior em relação às adolescentes. Comparando esses dois grupos, a chance de morte por hemorragia mostrou-se 130% maior e a chance de morte por doenças tromboembólicas foi 45% maior nas mulheres com 35 anos ou mais em relação às adolescentes. Em que pese a menor TMM nas adolescentes, as causas das mortes maternas nessa faixa etária mostraram diferenças, com chance superior de óbito por síndromes hipertensivas da gravidez (22%) quando comparadas às adultas e chance superior de óbito por infecções (137%), gravidez ectópica (114%) e abortamento (52%) quando comparadas às mulheres de 35 anos ou mais. Conclusão: A TMM no Brasil é muito elevada e indica o comprometimento da assistência obstétrica e das condições de saúde da população. O risco de morte materna aumenta com o incremento da idade. As causas relacionadas à morte, porém, podem sofrer variações em relação à faixa etária, devendo-se atentar, além da hipertensão arterial em todas as faixas etárias, para as hemorragias nas mulheres com 35 anos e mais e para as infecções nas adolescentes. |