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Os ossos wormianos são ossos supranumerários encontrados no trajeto das suturas cranianas e fontanelas, também conhecidos como ossos suturais ou ossos acessórios, que variam em forma, número, posição e tamanho. O presente estudo investigou a frequência de ossos wormianos, com suas variações morfológicas, numa coleção de esqueletos humanos identificados do Estado de Pernambuco, Brasil. Trata-se de um estudo analítico, transversal, que analisou o acervo da coleção de Esqueletos Identificados do Centro de Estudos de Antropologia Forense da Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco (CEAF/FOP/UPE), que possui 427 esqueletos. A análise foi realizada por meio de exame visual, avaliando de forma macroscópica e morfoscópica a presença e distribuição dos ossos wormianos. Do universo de 424 crânios examinados, 51,9% (n=220) eram do sexo masculino. A idade apresentou valor médio de 62,3 anos, com coeficiente de variação de 31,9% (considerado moderado) e valores mínimos e máximos de, respectivamente, 13 e 109 anos. A sutura com maior frequência de aparecimento de ossos wormianos foi a lambdoide, tendo as suturas lambdoides direita e esquerda apresentado um total de ossos wormianos únicos de respectivamente, 14,2% (n=60) e 12,5%(n=53), enquanto que o total de ossos múltiplos foi de, respectivamente, 10,1%(n=43) e 9,2% (n=39). A quantidade de ossos múltiplos localizados na sutura lambdoide variou de 2 até 5 (lado direito) e de 2 até 6 (lado esquerdo). Observou-se que quando há ossos wormianos nas suturas coronais (esquerda e direita), há uma tendência de os demais locais não os apresentarem. Quando há um único osso wormiano na sutura lambdoide (esquerda e direita), as demais regiões tendem a não apresentar ossos wormianos, o mesmo ocorrendo para a sutura coronal esquerda. Ossos wormianos múltiplos na sutura lambdoide esquerda aparentemente aumentam as chances de haver um ou vários ossos wormianos na sutura lambdoide direita, sendo que nas demais regiões, o aparecimento de ossos wormianos acontecem de forma aleatória ou não há aparições. O estudo do padrão e frequência dos ossos wormianos auxiliam no estabelecimento do perfil de variações esqueléticas das populações, o que, de forma importante, pode contribuir no processo de identificação humana. |