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A assistência técnica como instrumento de apoio e fonte de informação ao produtor rural passou por diversas transformações ao longo dos anos. Após breves tentativas de introdução do serviço, a Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) ganhou força no período da tecnificação da agricultura nos anos 1960. O crédito agrícola forneceu os recursos para os produtores introduzirem o pacote tecnológico nas lavouras, que foi difundido por meio da assistência técnica entre os estabelecimentos agropecuários. Algumas décadas se passaram após a criação e o desmonte das principais instituições e entidades do setor, mas a assistência técnica continua sendo um serviço indispensável para melhorar o desempenho da atividade produtiva, inclusive com a possibilidade de redução de custos e ampliação da rentabilidade. Ademais, o papel dos extensionistas é fundamental para colaborar com questões sociais no campo, como organização produtiva, associativismo, entre outras. Apesar disso, apenas 20% dos estabelecimentos agropecuários brasileiros contam com algum tipo de orientação técnica, de acordo com levantamento do Censo Agropecuário 2017. A Ater pública, que possui grande capilaridade por todo o Brasil e capital humano qualificado, apresentou redução na cobertura entre o período de tempo compreendido pela realização dos censos agropecuários de 2006 e 2017. Em contrapartida, outras fontes de orientação técnica vêm apresentando expressivo crescimento, como a orientação própria e as cooperativas. O maior uso de outras fontes é bem-vindo, principalmente pelas especificidades de cada região e o tipo de agricultura praticada, porém, muitos estabelecimentos, principalmente no Norte e Nordeste do Brasil, não possuem acesso ao serviço, o que inviabiliza e prejudica a produção de muitos pequenos estabelecimentos. |