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O assentamento rural Santana Nossa Esperança foi constituído pelo INCRA em 2005 e após a desapropriação do imóvel, a área foi ocupada por famílias de ex-funcionários da extinta fazenda; pequenos produtores arrendatários; agricultores periurbanos e trabalhadores sem-terra removidos pelo INCRA. A reunião de quatro grupos com origens e interesses distintos provocou embates que culminaram na divisão do assentamento e que persistem na atualidade. Neste trabalho sobre a natureza das dissensões e as formas de equacionamento encontradas pelos assentados, realizou-se pesquisa documental junto ao INCRA e pesquisa de campo no assentamento, por meio de observação direta, com registro em diário de campo e entrevistas não-diretivas com líderes das associações e habitantes mais antigos da área. Os resultados da pesquisa apontaram a existência de três principais conflitos: entre os assentados, pelos seus diferentes perfis socioculturais; entre as duas associações de assentados, na disputa de representatividade; e entre o INCRA e uma das associações, pela aplicação dos créditos de reforma agrária, o que reflete a incapacidade dos gestores públicos para o gerenciamento dos conflitos verificados. |