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As implicações da agricultura moderna acarretaram profundas mudanças no cenário agrícola do país, entre efeitos positivos e negativos, a atividade agropecuária brasileira passou por diversos processos que não se circunscrevem somente às dimensões econômicas dos grandes proprietários de terra, mas às questões sociais, econômicas e ambientais dos pequenos produtores. A agricultura familiar demonstra, não somente a partir da produção de alimentos, uma categoria importante e dinâmica nos processos produtivos, sociais e ambientais do Estado do Mato Grosso, embora obtenha baixos índices produtivos, técnicos e tecnológicos nas propriedades. O objetivo deste trabalho é analisar os efeitos dos fatores socioeconômicos e produtivos precedentes da expansão da modernização da agricultura na agricultura familiar em Mato Grosso, Brasil, com ênfase nos dados do censo agropecuário do IBGE de 2017. A partir da utilização da análise multivariada (clusters) foi possível identificar, dentro do recorte metodológico do presente artigo, a baixa adesão aos processos técnicos, produtivos e econômicos modernos da agricultura familiar mato-grossense em comparação a agricultura patronal, junto à representatividade da atividade da pecuária nas propriedades familiares mato-grossenses, o satisfatório índice de instrução dos produtores e expressiva presença da faixa etária dos produtores entre 55 e 65 anos. Conclui-se então que a baixa adesão aos processos modernos agrícolas traz vulnerabilidades socioeconômicas às famílias. O insuficiente uso de tecnologias e o baixo financiamento e créditos rurais propiciam que os produtores não consigam índices satisfatórios produtivos e técnicos nas propriedades, relativizando as produções agropecuárias a escalas de sobrevivência. |