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O artigo tem por objetivo compreender as visões de jornalistas que atuaram na imprensa alternativa durante a ditadura militar brasileira (1964-1985) como forma de contribuir para o desvelamento da complexidade do fenômeno. Como corpus, vale-se dos depoimentos de Raimundo Pereira e de Ziraldo registrados no acervo do Instituto Vladimir Herzog pelo projeto “Resistir é Preciso”. Os depoimentos passaram por decupagem e foram categorizados para a identificação de semelhanças e de contrastes relacionados às visões dos agentes sobre suas práticas e estratégias jornalísticas de contestação ao regime. Infere-se que o caráter contestatório, calcado na busca por modelos alternativos às práticas jornalísticas dominantes do período, possuem divergências, posto que Ziraldo recorre ao humor como forma de deslegitimar o regime, enquanto Raimundo Pereira propõe um modelo crítico de jornalismo orientado por uma visão socialista. |