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Este artigo aborda o papel das parlamentares evangélicas brasileiras no Congresso Nacional. Indagamos sobre os sentidos da moral conservadora e sua publicização no parlamento nacional a partir das mulheres parlamentares. A partir de métodos qualiquantitativos de levantamentos de dados sobre a atuação das parlamentares provocamos uma interpretação crítica da publicização moral nas legislaturas de 2006, 2010 e 2014. Analisaremos as principais características dessa atuação, moral e corporativa, mas pontualmente social. Agregaremos à análise, reflexões há muito existentes acerca da função prática da religiosidade na política. O material e as análises contidos nessa pesquisa ajudam a ampliar a discussão sobre as articulações entre domínios a saber, religião e política antagônicos em alguns casos, complementares em outros. A representação política evangélica feminina e seu impacto prático no legislativo teve resultados ambivalentes, por um lado, defesa de pautas morais (punitivismo, antiaborto, contra casamento homoafetivo), por outro, defesa ou proposição de direitos específicos (mulher, trânsito, meio-ambiente). O papel dos novos atores, sobretudo os religiosos identitários, no caso as mulheres evangélicas parlamentares, é ambíguo e promove alguns direitos sociais, mas inscreve no parlamento uma moral religiosa reacionária, cria um não-lugar político que oculta questões fundamentais para os direitos da mulher. |