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Para realizar o trabalho docente, o professor utiliza vários artefatos, tais como os documentos de prescrição vindos de instâncias superiores, os livros didáticos, os materiais compartilhados por outros colegas. Contudo, nem sempre, tais artefatos chegam a tornar-se instrumentos efetivamente apropriados pelo docente para desenvolver a sua prática, pois, na maioria das vezes, ele não pode participar da produção de tais materiais e/ou não pode compreender quais os princípios ou qual a lógica interna que os sustentam. As pesquisas sobre trabalho docente vêm indicando a importância de o professor ter a oportunidade de se apropriar de instrumentos, para, assim, atuar junto aos seus alunos, ajudando-os a também construírem os instrumentos necessários a suas interações sociais. Partindo desses pressupostos, este artigo tem como objetivo discutir duas experiências que visaram a aprimorar a formação linguística em dois componentes curriculares de um curso de pedagogia de uma universidade particular do interior de São Paulo. Nessas experiências, o foco foi, em um primeiro momento, a produção de sequências didáticas (SD) de vários gêneros textuais es[1]colhidos pelos estudantes de graduação e, depois, em um segundo momento, a elaboração de parte das atividades de uma SD. Para guiar as reflexões e o trabalho didático, assumiu- -se o quadro teórico-metodológico do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999, 2019) em suas articulações com o Interacionismo Social de Vygotsky, além das discussões da Didática das Línguas de Schneuwly e Dolz (2004), sobretudo, no tocante às questões da engenharia didática e das capacidades de linguagem. |