FISIOPATOLOGIA DA ANEMIA FALCIFORME: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Autor: Tereza Gomes Loureiro Gayoso, Lais Maia Raposo, Sabrina Gomes De Oliveira
Rok vydání: 2022
Zdroj: Anais do II Congresso Brasileiro de Hematologia Clínico-laboratorial On-line.
Popis: Introdução: A Anemia Falciforme (AF) é uma doença hematológica e hereditária, acometendo cerca de 300.000 recém-nascidos anualmente. É causada pela mudança genética da hemoglobina e resulta na mutante hemoglobina S (HbS) em homozigose; a mutação da HbS resulta na expressão patológica da AF. Por conseguinte, essas alterações nos eritrócitos contribuem para o acometimento dos principais mecanismos vaso-oclusivos da doença. Dessa forma, os pacientes com AF possuem distúrbios crônicos e degenerativos que reduzem sua expectativa de vida. A fisiopatologia está relacionada tanto com a polimerização e falcização das hemácias quanto com vasculopatia da AF; além disso, citocinas pró-inflamatórias possuem papel fundamental no distúrbio multissistêmico dessa doença. Objetivos: Esclarecer os mecanismos fisiopatológicos na Anemia Falciforme. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica em que foram realizadas buscas online nas plataformas BVS e PUBMED, filtrando as publicações dos últimos 10 anos para serem selecionadas de acordo com a identificação com o tema proposto. Resultados: A substituição da valina apolar por ácido glutâmico - carregado negativamente na superfície da cadeia B-globina - ocasiona a polimerização da hemoglobina falciforme desoxigenada e anormal. Assim, devido à diminuição de oxigênio, a HbS é responsável pela polimerização dos glóbulos vermelhos e sua deformação em formato de foice, gerando a falcização celular - fator que leva à fragilidade da membrana, hemólise e vaso-oclusão (VO). Nesse contexto, a VO é resultante dessa disfunção vascular devido ao aumento da viscosidade do sangue, bem como, a hemólise intravascular acelera a eritropoiese e é fonte de moléculas inflamatórias que participam do início e da amplificação da oclusão dos vasos sanguíneos na AF. Ademais, os drepanócitos concentram espécies reativas de oxigênio (ERO), que viabilizam o estresse oxidante. Enquanto ocorre esse processo, as células apoptóticas e necróticas liberam citocinas pró-inflamatórias que podem gerar altos níveis de ERO intravasculares, contribuindo para o microambiente oxidativo. É importante ressaltar que neutrófilos, monócitos e células endoteliais contribuem para gerar esses mediadores. Conclusão: Os fatores primordiais para o acometimento da AF são a polimerização, falcização, vaso-oclusão e citocinas pró-inflamatórias, os quais fazem parte da fisiopatologia dessa doença que afeta múltiplos órgãos.
Databáze: OpenAIRE