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A Hanseníase é uma doença milenar, considerada problema de Saúde Pública no Brasil, por persistirem altos índices de detecção e prevalência em algumas regiões. A Hanseníase impõe aos seus portadores prejuízos biopsicossociais, por ser incapacitante, pelas representações sociais, ancoradas em relatos de preconceito, abandono e exclusão, além do forte estigma a ela associado. O objetivo deste estudo, realizado com portadores da Hanseníase no município de Almenara - MG, é destacar alguns sentimentos emergentes no anúncio do diagnóstico e em seguida discutir a importância da reelaboração dos conhecimentos sobre a doença, à partir das informações e conceitos cientificamente elaborados, anunciados aos portadores através de profissionais da saúde. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas. Os dados revelaram que o conhecimento entre os sujeitos pesquisados era rudimentar, baseado na representação social (RS), carregado de autopreconceito, estigma e baseado na sua experiência de portador. Quanto ao gênero, não foi demonstrado diferença, exceto no tocante a um aspecto especialmente estruturante para o gênero feminino: a percepção da aparência e o seu significado para a estrutura do portador. Conclui-se pela necessidade de que seja estabelecido concomitante à terapêutica, um acompanhamento multiprofissional sistemático a fim de potencializar a superação dos seus prejuízos emocionais e psicossociais do portador da Hanseníase. |