Meningite infantojuvenil na Bahia: uma abordagem epidemiológica – 2007 a 2018

Autor: Emily Ane Araujo Santana, Normeide Pedreira dos Santos Franca
Rok vydání: 2020
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Zdroj: Revista Baiana de Saúde Pública. 44:112-127
ISSN: 2318-2660
0100-0233
DOI: 10.22278/2318-2660.2020.v44.n4.a3075
Popis: Meningites são doenças de notificação compulsória com alta morbimortalidade, cuja principal etiologia é infecciosa. Elas acometem pessoas de qualquer idade, embora atinjam mais frequentemente crianças com menos de cinco anos. O objetivo deste estudo foi avaliar a epidemiologia das meningites em crianças e adolescentes no estado da Bahia entre 2007 e 2018. Trata-se de uma pesquisa de corte transversal, que analisou dados da base digital do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan) e incluiu todos os pacientes de 0 a 19 anos com meningite confirmada na Bahia, entre 2007 e 2018. As variáveis estudadas foram macrorregião/município, sexo, idade, raça, sazonalidade, etiologia, métodos diagnósticos e evolução/desfecho. Foram identificados 152.422 casos no Brasil, sendo 8.579 casos na Bahia (5,6% do país; 27,7% do Nordeste), mais frequentes em 2007 (18,3%), com declínio entre 2013 e 2018. A capital, Salvador, abrangeu 72,6% dos casos do estado. Predominaram: sexo masculino (razão 1,5:1), idade entre cinco e nove anos (28,2%), raça parda (53,4%) e etiologia viral (57,8%), esta última com predomínio na primavera. Agentes isolados: meningococos (9,1%), pneumococos (3,1%) e 14% foram “outras bactérias”. Isolamento de sorogrupos do meningococo (52,1%): A (0,25%), B (12,40%), C (81%), Y (0,25%), W135 (5,5%) e 29E (0,7%). O método diagnóstico principal foi o quimiocitológico. Desfechos: alta hospitalar (83,6%), óbitos por meningite (6,6%), por outras causas (1,1%). A meningite na Bahia declinou acentuadamente entre 2013 e 2017, podendo indicar uma consequência da vacinação de rotina, entretanto, a metodologia utilizada não permite confirmar essa relação. Os sorogrupos C e B foram mais frequentes, mas vale ressaltar que 69% (22/32) dos casos nordestinos pelo W135 ocorreram na Bahia.
Databáze: OpenAIRE