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A violência cometida sobre corpos de mulheres se constitui como um problema que deve ser discutido e enfrentado pela sociedade ao longo dos tempos. Esta questão é agravada pelo atual contexto da COVID-19, enfrentada desde o ano de 2019 no mundo. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo identificar a espacialidade vivida por mulheres que sofrem violência de gênero no município de São Gonçalo. A opção teórica apreende o corpo como escala geográfica de forma a problematizar as condições atuais, em tempos de pandemia, sobre o desafio que se impõe no deslocamento e acesso aos centros de apoio e atendimento à mulher em situação de violência. No campo metodológico foram realizados levantamentos de dados de violência contra a mulher do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro – ISP, além de mapeamento das redes de atendimento e apoio a mulher em situação de violência no município. Como resultado, percebeu-se que a distância e falta de articulação entre os locais de atendimento e apoio, dificultam o acesso e uso destes, e consequentemente influencia as denúncias. No campo teórico, as reflexões são guiadas por referências como SANTOS, (2018, 2021), ao especializar os dados da violência e pensar o corpo como um recorte espacial em disputa; FEDERECI (2017), por outro lado, fornece categorias importantes para compreender o processo-histórico de subordinação feminina. Estes e mais alguns trabalhos estão aqui contidos dialogando com os dados apresentados trazendo questões que podem contribuir com a reflexão sobre a mulher na sociedade. |