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Introdução: A transição para a parentalidade é um processo diverso em cada gestante. Muitos fatores interferem esse decurso, como as representações maternas quanto ao bebê e, principalmente, as faltas e necessidades maternas. Objetivo: Compreender as carências apresentadas por um grupo de gestantes, categorizando e correlacionando suas respostas com diferentes bases teóricas. Metodologia: Consistiu em uma pesquisa de dados primários, com enfoque qualitativo e transversal. Participaram 32 gestantes frequentadoras da Comunidade Espírita Nosso Lar, uma associação filantrópica de Maceió- AL. A coleta de dados foi feita através de uma entrevista semiestruturada, a qual o protocolo de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Centro Universitário CESMAC. Foi utilizada a pergunta norteadora “O que você sente falta durante esse período de gestação?”, suas respostas foram analisadas e agrupadas em categorias, a partir das representações das carências apresentadas durante a gestação. Resultados e Discussão: As respostas foram categorizadas em quatro nichos: Impacto nas Relações Afetivo Familiares, Não Pertencimento, Saúde, Corpo e Privação de liberdade e Aspectos Financeiros. O suporte familiar e conjugal foi apontado como pilar para o bem-estar materno-fetal, pois confere apoio emocional e minimiza os eventos estressantes na gravidez. Muitas respostas encaixaram-se no eixo do “não-pertencimento”, um quadro de indiferença materna resultante de alguma intercorrência na gestação, que pode gerar impactos psicológicos e orgânicos sérios à criança. No terceiro grupo, observou-se que, apesar de cientes das transformações advindas da gravidez, algumas mulheres sofrem inseguranças e insatisfações diante das mudanças corporais e de sua liberdade, interferindo em sua relação com si, com seu parceiro e seu filho. As respostas de cunho financeiro denotaram a tristeza pela baixa possibilidade de projeções futuras, como a precariedade da casa e de bens materiais. A essa conjuntura são atrelados impactos sociais e emocionais, que aumentam a tensão, frustração e geram ressentimento em relação a gravidez. Conclusão: A sensação de falta é um aspecto que engloba diferentes vieses na gestação e precisa ser abordado cautelosamente com o profissional no acompanhamento pré e perinatal, de forma a evitar consequências severas na vida das pacientes e de seus filhos. |